Crédito Rotativo: Entenda, Evite Juros e Conheça as Mudanças Regulatórias em 2025

Muitas pessoas usam o cartão de crédito todos os dias, mas poucas entendem realmente o que acontece quando não pagam a fatura integral. É aí que entra o chamado crédito rotativo — um dos empréstimos mais caros do mercado e também um dos principais vilões do endividamento no Brasil.

Em 2025, novas regras foram implementadas para tornar esse tipo de crédito menos abusivo e mais transparente. Se você já entrou no rotativo, se preocupa com juros ou quer melhorar sua relação com o cartão, este artigo é para você.

Aqui você vai entender:

  • O que é o crédito rotativo;
  • Como ele funciona;
  • Quais os riscos e juros envolvidos;
  • E o que mudou com as novas regulamentações do Banco Central em 2025.

O Que é o Crédito Rotativo do Cartão de Crédito?

Quando você não paga o valor total da fatura do seu cartão de crédito até a data de vencimento, o banco entende que você quer financiar o saldo restante. Esse financiamento automático é o que chamamos de crédito rotativo.

Por exemplo:

  • Sua fatura é de R$ 1.200;
  • Você paga apenas R$ 300 até o vencimento;
  • Os R$ 900 restantes entram no rotativo, com cobrança de juros altíssimos sobre esse valor.

É como pegar um empréstimo, mas com uma das maiores taxas de juros do mercado, podendo ultrapassar 400% ao ano em alguns casos.


Como Funciona o Crédito Rotativo na Prática?

Desde 2017, o Banco Central estabeleceu regras para evitar que o rotativo vire uma “bola de neve”. A principal delas:

Você só pode ficar no rotativo por até 30 dias.

Depois disso, o banco é obrigado a oferecer um parcelamento da dívida com juros menores, chamados de crédito parcelado.

Ou seja:

  1. Você entra no rotativo em abril;
  2. No mês seguinte, se a dívida ainda não for quitada, o banco converte automaticamente o valor em parcelas fixas.

Apesar disso, milhões de brasileiros continuam pagando apenas o mínimo, acumulando dívidas caras e difíceis de quitar.


Por Que o Crédito Rotativo é Perigoso?

O problema do crédito rotativo não é só a taxa de juros alta, mas a falsa sensação de alívio financeiro que ele dá. Ao pagar só o mínimo da fatura, muita gente acredita que está em dia com o banco — quando, na verdade, está se endividando mais a cada mês.

Principais riscos:

  • Juros compostos que crescem rapidamente;
  • Acúmulo de dívidas com valores impagáveis;
  • Comprometimento do score de crédito;
  • Dificuldade para conseguir novos empréstimos ou financiamentos.

Muitas pessoas começam no rotativo por um valor pequeno e, em poucos meses, estão com dívidas de 4 a 5 vezes o valor original da fatura.


O Que Mudou em 2025? As Novas Regras do Rotativo

Diante do aumento do endividamento da população e do uso desenfreado do rotativo, o Banco Central, junto com o Conselho Monetário Nacional (CMN), implementou novas regras que entraram em vigor em janeiro de 2025.

✅ Limite de juros no rotativo e parcelamento de fatura

Agora, os juros cobrados no crédito rotativo e no parcelamento da fatura estão limitados a 100% do valor da dívida original.

Exemplo prático:

  • Sua dívida no cartão é de R$ 1.000;
  • Mesmo que você demore a pagar, o valor total cobrado, com juros, não poderá ultrapassar R$ 2.000.

Antes dessa regra, os bancos podiam cobrar até 15% ao mês — o que fazia a dívida dobrar em 5 ou 6 meses. Com essa limitação, o objetivo é proteger o consumidor contra dívidas impagáveis.

✅ Mais transparência nas faturas

A nova norma obriga os emissores de cartão a mostrar com mais clareza nas faturas:

  • O custo efetivo total (CET) do rotativo;
  • O valor total da dívida em caso de pagamento mínimo;
  • O valor final caso a pessoa opte pelo parcelamento.

Essas mudanças buscam educar financeiramente o usuário e evitar que ele entre no rotativo por falta de informação.

✅ Opções de parcelamento com juros mais baixos

As instituições financeiras deverão oferecer parcelamentos com taxas menores e condições mais acessíveis, evitando empurrar o consumidor para o rotativo automaticamente.


Como Evitar o Rotativo do Cartão de Crédito?

Evitar o rotativo exige organização financeira e consciência no uso do cartão. Veja algumas estratégias práticas:

🔹 1. Pague sempre o valor total da fatura

O mais importante: evite pagar o mínimo. Pague sempre o total da fatura até a data de vencimento.

🔹 2. Ajuste seu limite no app

Se você tem dificuldade de se controlar, reduza seu limite de crédito pelo aplicativo do banco. Assim, você evita gastar mais do que pode pagar.

🔹 3. Antecipe parcelas com desconto

Alguns cartões permitem antecipar compras parceladas com desconto. Isso ajuda a evitar acúmulo de parcelas e melhora seu controle financeiro.

🔹 4. Use alertas e controle digital

Ative alertas por SMS ou app para saber quanto já gastou. Acompanhar diariamente ajuda a evitar surpresas na fatura.

🔹 5. Evite parcelar em muitos meses

Evite dividir compras em muitas parcelas simultâneas — isso compromete o seu orçamento futuro e aumenta o risco de entrar no rotativo caso ocorra um imprevisto.


Dica Extra: Use o Parcelamento da Fatura com Cautela

Se não conseguir pagar o valor total da fatura, prefira o parcelamento da fatura ao rotativo. A taxa costuma ser mais baixa e o valor das parcelas é fixo, o que facilita o planejamento.

Mas atenção: o ideal é só usar esse recurso em situações pontuais, e com um plano para quitar o valor o mais rápido possível.


Conclusão: O Rotativo Ainda É Um Perigo, Mas Agora Com Limites

O crédito rotativo é, sem dúvida, uma das formas mais caras de empréstimo no Brasil. Mesmo com as novas regras de 2025, que limitam os juros e trazem mais clareza para o consumidor, ele ainda deve ser evitado sempre que possível.

A chave está no uso consciente do cartão de crédito: pagar a fatura em dia, controlar os gastos, evitar parcelamentos longos e sempre entender as condições de cada compra.

Se usado com inteligência, o cartão de crédito pode ser um aliado. Mas se mal administrado, se transforma em uma armadilha silenciosa.


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